pré natal

Guia do desenvolvimento pré-natal

O acompanhamento médico garante a saúde da mãe e do feto. Já a estimulação pré-natal ajuda a fortalecer vínculos e potencializar o desenvolvimento do bebê.

A gestação é um momento crítico para a saúde física e cognitiva do seu bebê, sabia? Por isso, o pré-natal é fundamental para que tudo seja acompanhado de perto e para que tanto o pequeno como a futura mamãe recebam todo o apoio de que precisam para passar por esse período da melhor forma.

Além disso, é durante os nove meses dentro do útero materno que há a formação do cérebro, sendo que muitas conexões neurais ocorrem já nesse momento. Então, a estimulação pré-natal é muito bem-vinda para favorecer o desenvolvimento do seu pequeno e, ainda, aumentar o vínculo entre vocês.

Para conhecer tudo sobre o acompanhamento pré-natal, os principais marcos de cada etapa da gestação e também conhecer dicas de como estimular seu bebê desde já, continue a leitura!

Afinal, o que é e como funciona o pré-natal?

O acompanhamento nessa fase é um dos mais efetivos meios de garantir a saúde da mãe e de seu bebê. O ideal é começar o pré-natal assim que souber da gravidez ou até mesmo antes, caso a gestação seja planejada. Isso porque desde as primeiras semanas existem importantes exames a serem feitos e cuidados médicos a serem tomados.

Embora possa haver pequenas alterações na rotina de consultas, de acordo com as particularidades da gestação, e até mesmo dos métodos do profissional da saúde, o pré-natal é realizado conforme diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda no mínimo seis consultas ao longo gestação. Ainda, os objetivos, exames e possíveis intervenções médicas são padronizados.

Objetivos do pré-natal

O organismo da mulher é especialista no processo da gestação. Em geral, não são necessárias intervenções para que o seu bebê se desenvolva sem qualquer problema. No entanto, o acompanhamento pré-natal tem como principal objetivo a identificação precoce de qualquer detalhe que mereça atenção médica, tanto em relação ao desenvolvimento do pequeno como à saúde materna.

Por exemplo, por meio de exames regulares, é possível identificar logo se a mulher estiver com hipertensão ou diabetes gestacional. Os dois problemas podem ser controlados, evitando qualquer risco para você e o seu bebê.

Também é com esse acompanhamento que más-formações fetais podem ser reconhecidas e, muitas vezes, já tratadas dentro do útero. Ainda, é por meio do acompanhamento pré-natal que a equipe médica consegue avaliar a necessidade de uma cesárea ou adiantamento do parto. Por todos esses motivos, o pré-natal envolve:

  • acompanhamento do ganho de peso materno;
  • coleta de exames regulares;
  • observação do desenvolvimento do bebê;
  • suplementação de vitaminas e minerais;
  • tratamento de doenças já existentes;
  • diagnóstico e tratamento de doenças que podem surgir na gestação;
  • orientação sobre cuidados, hábitos adequados e exercícios;
  • análise das melhores condições para o parto, etc.

Principais exames no pré-natal

O Ministério da Saúde, conforme as orientações da OMS, determina quais são os exames obrigatórios no pré-natal — tanto na rede pública como privada. Confira alguns deles:

  • tipagem sanguínea e fator RH;
  • hemograma;
  • glicemia de jejum;
  • dosagem de TSH e T4 livre;
  • sorologias — para rubéola, HIV, hepatites B e C, sífilis e toxoplasmose;
  • urocultura;
  • teste de tolerância à glicose;
  • pesquisa do estreptococo do grupo B (entre a 34ª e a 37ª semana).

A maioria desses exames é realizada logo no início do pré-natal e repetida no terceiro trimestre. Além disso, são obrigatórias, pelo menos, quatro ultrassonografias, que servem não apenas para você se emocionar com a imagem do seu pequeno, mas também para acompanhar o desenvolvimento fetal. São elas:

  • ultrassonografia obstétrica inicial — feita logo nas primeiras semanas para determinar a idade gestacional real e se não há problemas com a implantação do óvulo no útero;
  • ultrassonografia morfológica de primeiro trimestre — feita até a 14ª semana, ajuda a avaliar a existência de síndromes cromossômicas;
  • ultrassonografia morfológica de segundo trimestre — feita até a 24ª semana, serve para identificar malformações fetais, acompanhar o crescimento e o ganho de peso do bebê e saciar a curiosidade sobre o sexo do pequeno;
  • ultrassonografia obstétrica de terceiro trimestre — feita nas últimas semanas, tem como objetivo avaliar o crescimento do seu bebê.

Vacinas e outros cuidados

Além de toda essa bateria de exames, é nessa ocasião que o médico obstetra recomenda as suplementações necessárias, como vitaminas pré-natais. Ainda, é um importante momento de conversa entre a futura mãe e o profissional da saúde.

Assim, você pode tirar dúvidas, dividir receios e receber orientações sobre a nutrição ideal, os cuidados e os hábitos bem-vindos nessa fase. Por fim, também é no pré-natal que a gestante recebe recomendações sobre vacinas importantes na gravidez, como a H3 tríplice bacteriana, no terceiro trimestre.

Como é o desenvolvimento do bebê na gestação?

A gestação dura em torno de 40 semanas. Nesse curto período de tempo, o organismo materno trabalha em ritmo frenético para possibilitar o desenvolvimento do bebê — por isso, muitas mulheres sentem bastante cansaço e sonolência nas primeiras semanas.

Até a 37ª semana, seu pequeno já terá todos os órgãos bem-desenvolvidos e o peso ideal para vir ao mundo. Por isso, é a partir dessa semana que o nascimento é considerado “a termo”. Se ocorrer antes disso, seu filho será considerado um bebê prematuro.

Dependendo do nível de prematuridade, o pequeno pode precisar de cuidados diferenciados, como a ajuda de aparelhos neonatais nas primeiras semanas de vida. Quanto mais tempo ele ficar “no forninho”, menos precisará de intervenções médicas.

Independentemente do nascimento a termo ou prematuro, o processo de desenvolvimento fetal é sempre o mesmo. Confira os principais acontecimentos em cada trimestre!

Primeiro trimestre

Os três primeiros meses podem ser uma montanha-russa de emoções para a futura mamãe. Primeiro, por conta da perspectiva de uma grande mudança de vida e, segundo, devido a todas as alterações físicas e à revolução hormonal pela qual a mulher passa logo nas primeiras semanas.

Em geral, quando a gravidez é confirmada, a contagem já está entre a 3ª e a 5ª semanas, já que os primeiros sintomas mais comuns — como a interrupção da menstruação, os enjoos e o cansaço — só aparecem nessa época.

Essa é a fase mais crítica do desenvolvimento fetal: os órgãos internos e o sistema nervoso central do seu bebê se formam aqui. Além disso, no terceiro mês de gestação, ele já terá um pequeno esqueleto e pode chegar a cerca de 14 centímetros.

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Segundo trimestre

Já o segundo trimestre é mais tranquilo para a futura mãe: os sintomas indesejados do começo dão uma trégua e a barriga ainda não está tão grande para causar desconfortos. Além disso, as emoções costumam ficar mais leves. Afinal, você já vai ter se acostumado melhor com a ideia da gravidez.

Agora que o seu bebê já tem todas as principais estruturas formadas, começará a ganhar detalhes, como o contorno das orelhas e o posicionamento dos olhos. Nessa fase, ele pode adquirir o hábito de chupar os pequenos dedinhos e começar a desenvolver padrões de sono.

Além disso, é a partir do quarto mês que você começará a sentir seu bebê se mexer. Olha só: logo na 16ª semana ele já será capaz de sentir vibrações e, por volta do sexto mês de gestação, seu bebê conseguirá ouvir e interagir com sons externos ao útero!

Terceiro trimestre

Na reta final, você pode voltar a ter desconfortos, dessa vez por causa do crescimento do útero. A falta de ar, a queimação e as dores nas costas podem dar as caras. Além disso, as idas ao banheiro para fazer xixi se tornam cada vez mais frequentes e a pressão do útero sobre o reto pode levar a hemorroidas.

Para evitar esses problemas, alguns hábitos e cuidados podem ajudar muito, como dormir com as costas levantadas, aumentar a ingestão de água, corrigir a postura e evitar ficar muito tempo sentada. Emocionalmente, a pressa de ver o seu bebê e os receios em relação ao parto podem promover ansiedade.

A dica é tentar relaxar e ocupar o tempo cuidando dos preparativos para a chegada do seu pequeno. Afinal, ele já está com praticamente todos os órgãos e sistemas em pleno funcionamento: o foco da fase final da gestação está no ganho de peso fetal.

Como é o vínculo entre mãe e o bebê durante os nove meses?

Agora que você conhece um pouco mais sobre o desenvolvimento pré-natal, viu que, desde a descoberta da gravidez, há uma intensa atividade física e emocional, não é mesmo? As mudanças hormonais e os sentimentos desencadeados nessa fase contribuem com a formação de um vínculo com o seu bebê.

Algumas mulheres podem ter essa ligação mais forte ou mais fraca em diferentes estágios da gestação, mas uma coisa é certa: seu físico e psicológico já começam a se preparar para a importante tarefa de cuidado e dedicação para com o seu pequeno.

Essa ligação é recíproca! De acordo com o psiquiatra britânico John Bowlby (1907-1990), que desenvolveu a Teoria do Apego Seguro, os seres humanos são “programados” para estabelecer relações e, no bebê, a figura materna é o primeiro ponto de apego. Por isso, vale a pena estimular esse vínculo desde a gravidez.

O que é a estimulação pré-natal e seus benefícios?

A estimulação pré-natal consiste em usar técnicas que estimulam o desenvolvimento dos sentidos do seu filho enquanto ele ainda está no útero. Além de ser um meio de conectar-se com o seu bebê ainda mais, você poderá estimulá-lo nas áreas motora, tátil, auditiva e visual. Veja os benefícios:

  • estimulação motora — favorece senso de equilíbrio e movimento do pequeno, além de ajudar a mulher a diminuir os desconfortos físicos relacionados à gravidez;
  • estimulação tátil — o recebimento de vibrações dentro do útero materno estimula o desenvolvimento do sistema nervoso, além de favorecer o vínculo com o seu bebê;
  • estimulação auditiva — proporciona o desenvolvimento físico e cognitivo do seu bebê, já que a audição favorece a atenção e a concentração, além de ser um meio de acalmá-lo;
  • estimulação visual — ajuda a melhorar a saúde física e cognitiva do seu bebê, que pode desenvolver uma melhor capacidade de discriminação visual, além do senso de direção e orientação.

Mesmo enquanto ainda está na barriga da mãe, o bebê já é capaz de perceber e interagir com estímulos externos ao útero. Ele reage com movimentos, mudanças de posição, alterações no ritmo respiratório e na frequência cardíaca.

Como fazer a estimulação pré-natal?

Para elaborar um programa de estimulação pré-natal, leve em conta diferentes técnicas. A dica é alterná-las no decorrer dos dias, além de optar por horários em que você sabe que o seu bebê está acordado. Abaixo, separamos alguns exemplos de como criar estímulos saudáveis.

Estimulação motora

A técnica motora na estimulação pré-natal consiste em realizar movimentos rítmicos e que promovam a mudança de posição materna. Algumas ideias são:

  • dança;
  • ginástica;
  • yoga;
  • exercícios de Kegel;
  • natação.

Lembrando que, durante a gestação, exercícios físicos devem ser feitos com moderação e sem movimentos que ofereçam perigo ao seu bebê. Portanto, opte por atividades de baixo impacto, como o Pilates no pré-natal.

Estimulação tátil

A técnica tátil de estimulação pré-natal, por sua vez, envolve pressões leves sob o abdômen, que geram vibrações transmitidas por meio do líquido amniótico para o seu bebê. Veja como você e outros familiares podem aplicá-la:

  • faça massagens na sua barriga com diferentes texturas, como as próprias mãos, massageadores ou pequenas bolas de borracha;
  • quando seu bebê se movimentar – por exemplo, dando um chute – responda com tapinhas na barriga;
  • durante o banho, deixe a água escorrer sobre a barriga com diferentes pressões.

Estimulação auditiva

Já a técnica auditiva de estimulação pré-natal consiste em apresentar diferentes sons ao seu bebê. Lembrando que o líquido amniótico abafa o barulho que chega a ele, portanto, os estímulos não devem ser tão baixos ou graves. Algumas ideias são:

  • conversar com o pequeno em voz alta e de forma clara;
  • contar histórias ou cantar músicas lentas;
  • colocar um fone de ouvido ao redor da barriga, com músicas ou sons da natureza.

Aliás, os benefícios da música no pré-natal são muitos! Estudos apontam que o estímulo musical proporciona a construção de novas conexões neurais, o que pode ajudar na capacidade de aprendizagem.

Estimulação visual

Por fim, a técnica visual de estimulação pré-natal consiste em usar focos luminosos. Os fótons de luz conseguem atravessar a parede abdominal e chegar até o seu bebê. Isso faz com que ele comece a focar a visão em pontos luminosos, melhorando seu senso de orientação e ajudando-o a diferenciar claro e escuro. Veja:

  • sente-se para tomar sol e leve um cobertor escuro. Fique intercalando alguns minutos com a barriga coberta e alguns com exposição ao sol;
  • use uma lanterna contra a barriga, mudando o local do foco de luz, para cima, para baixo e de um lado para o outro, lentamente;
  • ainda com a lanterna, deixe-a acesa por um tempo no mesmo lugar e, depois, comece a apagá-la e acendê-la.

Outra coisa que confunde bastante a cabeça das mamães é realizar a contagem semanal da gravidez. Para te ajudar, deixaremos abaixo uma Calculadora Gestacional. Ela ajudará você a descobrir com quantas semanas de gravidez está e a provável data do parto.

Diante dessa leitura, você já tem as principais informações sobre o pré-natal, tanto em relação ao acompanhamento médico no período como ao crescimento do seu bebê. Como você viu, o vínculo entre ele e a família começa desde a barriga, e você pode ajudar seu pequeno a se desenvolver com a estimulação pré-natal.

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13 comentários em “Guia do desenvolvimento pré-natal”

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